Por Mauricio Ferraz de Paiva Sócio Fundador e Presidente do Grupo Target Nossa história F A C I L I T A N D O O A C E S S O À I N F O R M A Ç Ã O T E C N O L Ó G I C A ANOS DESDE 1994
Há 28 anos conheci, na prática, o significado de qualidade para os negócios das organizações e para a sociedade. Naquela ocasião (1991), recém-formado em engenharia elétrica, tive a oportunidade de concorrer a uma bolsa, promovida pelo governo Alemão, e fazer um curso de especialização em desenvolvimento de softwares em renomada universidade daquele país. Foi lá que, efetivamente, conheci as normas técnicas e, o mais importante, o significado delas para a qualidade dos produtos/serviços e para a qualidade de vida dos cidadãos atuais e futuros, incluído as questões de meio ambiente.
Business Voltando ao Brasil (1992), fui trabalhar em renomada empresa de engenharia, a qual me alocou como engenheiro eletricista em obra de importante banco brasileiro, sendo responsável pelas instalações elétricas daquele empreendimento. Foi então que me deparei com a realidade brasileira daquela época, no que se diz respeito à normalização técnica e à qualidade. Realmente fiquei bastante confuso, pois as orientações que recebia eram para seguir os projetos e memoriais. Pois bem, os projetos e memoriais não estabeleciam quais os métodos de instalação, métodos de verificação (ensaios), quais as normas técnicas que os equipamentos especificados atendiam, etc., sem falar do perigoso similar que dava margem às mais variadas interpretações. “...me deparei com a realidade brasileira...”
1992 Felizmente, existiam sim e eram muito boas e, se aplicadas, melhoraria muito a qualidade das instalações no Brasil. Então porque não éramos, no mínimo, alertados para aplicá-las? Tendo em vista minha experiência no método alemão de fazer as coisas com qualidade que significa usar normas técnicas para tudo (o organismo de normalização Alemão - DIN é a entidade que mais produz normas técnicas no mundo e, para disseminar suas aplicações, as publicava na íntegra no diário oficial alemão), fui pesquisar se existiam normas brasileiras sobre instalações elétricas.
Conversando com profissionais que eram referências no setor eletroeletrônico, em especial o professor Ademaro Cotrim (grande normalizador), foi-me sugerido ir ao Comitê Brasileiro de Eletricidade (Cobei) - e procurar o secretário executivo daquela entidade, àquela época, Sr. Antonio Sartorio, que há 20 anos executava as atividades relacionadas à normalização brasileira do setor eletroeletrônico e dessa forma poderia responder algumas das minhas dúvidas. Aproveitando a dica e quem a indicou também, tratei de marcar uma conversa com o secretário. Tive ótima impressão no primeiro encontro. Pessoa especial, séria, correta... Trabalhamos juntos hoje. Não foi somente uma conversa, foram muitas, até que ficasse bem claro, para nós, que o principal problema da não utilização, em larga escala, das normas técnicas brasileiras era o desconhecimento dessas normas por parte das pessoas relacionadas às atividades já normalizadas. R E L A C I O N A M E N T O Cobei - Marca registrada ao Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletônica, Iluminação e Telecomunicações
Por que motivo? Bingo!! O difícil e elitizado acesso às informações básicas sobre as normas técnicas em vigor e ao próprio conteúdo dessas normas brasileiras. Não existiam informações atualizadas catalogadas de qualquer forma. Fui direto ao ponto e perguntei ao Sr. Antonio se eu poderia desenvolver um Catálogo Eletrônico de Normas do Setor Eletroeletrônico, que oferecesse, aos profissionais daquele setor, uma ferramenta eletrônica de busca que permitisse, a qualquer interessado, localizar e obter as informações básicas necessárias para a correta identificação da norma técnica pertinente à sua atividade. O grande apelo era que esse projeto poderia impactar diretamente na melhoria da qualidade do setor. “Não temos verba” , foi a resposta do Sr. Antonio, “e ainda mais tenho conhecimento que outros já tentaram fazer algo assim e fracassaram” , completou. Eu, jovem com 25 anos, entusiasmado e corajoso como todos os jovens, arrisquei e me comprometi a desenvolver a referida ferramenta, sem custo para o Comitê, porém, se desse certo, o Cobei promoveria a minha invenção. CATÁLOGO DIGITAL
O Comitê topou, pedi demissão do emprego e caí de cabeça nesse desafio. Deu certo e mais do que isso, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), enxergando o salto tecnológico que o Fórum Brasileiro de Normalização poderia obter utilizando o mesmo software, também topou, no mesmo modelo de risco do Comitê, que eu tentasse aplicar o meu sistema para toda a ABNT, ou seja, para todos os Comitês, também deu certo. SALTO TECNOLÓGICO
MAS O QUE ISSO, EFETIVAMENTE, SIGNIFICOU PARA A QUALIDADE NO BRASIL? Considerando o início do mercado de certificação no Brasil e a relação entre certificação e normas técnicas, pode-se concluir que a facilitação do acesso às normas técnicas, através de software (1993...) e através da internet (1996...), colaborou e muito, para a consolidação da qualidade no Brasil.
Estudos atuais revelam 50 Média de normas técnicas utilizadas por cada empresa certificada. Organizações certificadas em sistema de Gestão da Qualidade existentes no Brasil. 9mil Tem a necessidade de acesso a Normas Técnicas Brasileiras atualizadas, dos mais variados setores. 450 mil Sem a informatização dos processos de acesso a essas normas, isso seria impensável. normas
Se uma empresa ou profissional de Manaus, por exemplo, precisasse acessar os requisitos de uma norma técnica brasileira, era necessário se deslocar ao balcão mais próximo que ficava em Brasília, em seguida deveria localizar e solicitar pessoalmente a norma desejada. A ABNT, naquela época, não atendia as solicitações por telefone. No início dos anos 90, o acesso às normas técnicas era feito através de apostilas, as quais só podiam ser adquiridas presencialmente nos balcões de venda da ABNT. Havia apenas 5 locais no Brasil.
Outro ponto interessante a ser analisado era o método de pesquisa das normas nessas regionais. Cada regional possuía uma biblioteca com, ao menos, um exemplar de cada norma, porém, esses exemplares estavam organizados pelo código sequencial das normas e, dessa forma, era impossível identificar quais normas existiam sobre determinado assunto, o que fazia com que só aqueles que já sabiam qual era o código da norma desejada, como por exemplo, os membros das comissões de estudos ou pessoas que acompanhavam o processo de feitura das normas, pudessem localizar a norma desejada e pesquisar seu conteúdo.
Imaginem o custo para a Qualidade no Brasil, se essa forma antiquada de acesso, que perpetuou na ABNT por 50 anos, continuasse assim? O Brasil reagiu muito bem ao processo de abertura da normalização técnica brasileira, ocorrido pela disseminação e democratização do acesso às normas técnicas. Isso fez total diferença para a Qualidade no Brasil. Atualmente, o Estado, através das agências reguladoras, autarquias, ministérios, judiciário e legislativo, as empresas, através das entidades setoriais e participação voluntária nas Comissões de Estudos da ABNT e a sociedade, através das entidades de defesa do consumidor, utilizam largamente como ferramenta essas normas técnicas, tendo como resultado a melhoria da Qualidade de vida dos cidadãos.
AS NORMAS TÉCNICAS GERAM ECONOMIA Reduzindo a crescente variedade de produtos e procedimentos; Facilitam a comunicação: proporcionando meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente e melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços; Proporcionam segurança a partir da proteção da vida humana e da saúde; Protegem o consumidor, provendo a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos e serviços; Eliminam as barreiras técnicas e comerciais, evitando a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países facilitando, portanto, o intercâmbio comercial.
Em um estudo, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi feito um diagnóstico e sugerido medidas para o setor produtivo do País romper o ciclo de baixa expansão econômica. Segundo o documento, a competitividade deve ser o centro das iniciativas de política industrial, sendo que o desenvolvimento da indústria passa por medidas voltadas à criação de condições favoráveis: ao investimento, em condições competitivas com as praticadas pelos concorrentes; a fluxos crescentes de exportação; à captura de parcelas da cadeia de valor internacional, via inovação; e às regulações específicas de cada setor. CNI - Marca registrada a Confederação Nacional da Indústria
Quais as tendências tecnológicas e geoeconômicas que afetam a estratégia da indústria brasileira? Como aproximar a indústria brasileira das melhores práticas mundiais? Como reduzir o fosso de produtividade? Como preparar o país para uma economia mais intensiva em conhecimento? Em que áreas tecnológicas o Brasil deve apostar? Como fortalecer as empresas inovadoras? Como desenvolver a cultura empreendedora e inovadora? Que competências devem desenvolver órgãos governamentais e associações empresariais, para enfrentar uma agenda estratégica para a indústria? Qual o perfil desejável da indústria em dez a 15 anos? Qual o papel das políticas horizontais e das políticas setoriais na emergência e consolidação deste perfil? Que papel tem o quadro institucional e regulatório na implementação da estratégia e como as negociações comerciais podem contribuir para que se obtenham os resultados desejados? A CORREÇÃO DOS PROBLEMAS DE COMPETITIVIDADE É ESSENCIAL, MAS TERÁ RESULTADOS PARCIAIS SE NÃO VIER ACOMPANHADA DE UMA ESTRATÉGIA QUE PROCURE RESPONDER AS QUESTÕES ESSENCIAIS: > > > > > > > > > > >
Houve, nos últimos 20 anos, mudanças radicais nos ambientes externo e interno da indústria. A política industrial a ser agora pensada deve basear-se na hipótese de que o Brasil somente pode crescer na área industrial se for capaz de pôr em movimento uma estratégia industrial, em que os ganhos de produtividade não derivam do crescimento da produção, mas resultem de inovações em organização e tecnologia. Assim, pode-se vislumbrar a importância da normalização dentro deste contexto. Na prática, ela está presente na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida por meio de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação do meio ambiente.
4 As normas podem ser elaboradas em quatro níveis: COMO É ELABORADA UMA NORMA? INTERNACIONAL As destinadas ao uso internacional, resultantes da ativa participação das nações com interesses comuns, como por exemplo, as normas da International Organization for Standardization (ISO) e International Eletrotechnical Comission (IEC). REGIONAL As destinadas ao uso regional, elaboradas por um limitado grupo de países de um mesmo continente, como as do Comitê Europeu de Normalização (Europa), Comissão Pan-americana de Normas Técnicas (hemisfério americano), Associação Mercosul de Normalização (Mercosul). NACIONAL As destinadas ao uso nacional, elaboradas por consenso entre os interessados em uma organização nacional reconhecida como autoridade no respectivo país. NÍVEL DE EMPRESA As destinadas ao uso em empresas, com finalidade de reduzir custos, evitar acidentes, etc.
No Brasil, as normas nacionais são publicadas por um organismo nacional de normalização, que é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Há países que têm diversos organismos nacionais de normalização que atuam em setores específicos (como é o caso frequentemente da área elétrica e eletrônica). A ABNT foi e é delegada pelo estado brasileiro como o Fórum Nacional de Normalização, o que significa que as normas elaboradas pela ABNT (as NBRs) foram definidas formalmente como as normas técnicas brasileiras. Elas são elaboradas por especialistas da sociedade que se reúnem no âmbito de uma Comissão de Estudos que prepara um Projeto de Norma Técnica e o encaminha a um Comitê Brasileiro de Normalização (CB) ou a um Organismos de Normalização Setorial (ONS) credenciado. Esses são organizados numa base setorial ou por temas de normalização que afetem diversos setores, tais como: eletroeletrônico, automotivo, construção civil, etc. Além disso, como especialista em gestão do conhecimento e fundador de uma das maiores e mais conceituadas empresas facilitadoras de acesso às informações tecnológicas da América Latina, Target Engenharia e Consultoria Ltda. , com 25 anos de atividade no país, me sinto confortável em compartilhar com aqueles que observam que o grau de conhecimento científico é uma das principais diferenças entre os países desenvolvidos e outros.
Pode-se definir o conhecimento como a informação que facilita a inteligência humana ao entendimento de uma situação ou de um objeto. Uma das principais missões de um país é adotar uma política correta para gerenciar, tornar disponível e facilitar o acesso às informações tecnológicas básicas. Podemos ter a dimensão da importância desse assunto se observarmos que a rede mundial de computadores (internet), quando criada nos Estados Unidos da América, teve como um dos objetivos iniciais e principais agilizar o acesso às informações científicas e promover seu intercâmbio entre seus centros de geração de informação. Considerando a atual variedade de ferramentas eletrônicas existentes e a facilidade de contratação de serviços para informatização de processos, criar um ambiente informatizado de gestão do conhecimento, que torne disponível um conjunto de informações organizadas, deixou de ser o ponto crítico dessa questão. informatização
Garantir a utilização de informações atualizadas Tornar ágil e seguro o controle das informações Reduzir os custos na distribuição dos documentos Facilitar o acesso ao conhecimento Centralizar o conhecimento Agilizar a busca e acesso UM SISTEMA DE GESTÃO DE CONHECIMENTO DEVE SER PROJETADO PARA ALCANÇAR OS SEGUINTES OBJETIVOS
Para tanto, uma das etapas principais e iniciais para a implantação desse tipo de ambiente é a identificação e definição das características das informações que devemos incluir no sistema. Podemos dividir o tipo de informação em dois grandes grupos: As críticas são aquelas essenciais e indispensáveis ao dia a dia dos negócios da organização. Essas informações, também podem ser subdivididas em dois grupos: INFORMAÇÕES CRÍTICAS DOCUMENTOS EXTERNOS DOCUMENTOS INTERNOS COMPLEMENTARES O grupo composto pelas informações complementares seria formado por informações, com relacionamentos específicos às informações críticas, para facilitar ou enriquecer o entendimento e aplicação dessas informações. Os informativos, eventos, matérias técnicas, etc., são exemplos para desse grupo. São normas técnicas (brasileiras, estrangeiras ou internacionais), regulamentos técnicos, legislação, relatórios de pesquisas, etc., ou seja, toda informação documentada criada externamente da organização, que se faz necessária no dia a dia da organização. Procedimentos internos da qualidade, manuais, instruções, contratos, relatórios, projetos, etc., ou seja, as informações documentadas criadas internamente na organização e que necessitem ser compartilhadas e/ou utilizadas com frequência.
É JUSTAMENTE NISSO QUE A TARGET VEM TRABALHANDO HÁ 25 ANOS.
Ao longo desses anos de atividades, a Target realizou centenas de projetos, se utilizando de recursos próprios, que representaram um divisor de águas no que se refere ao acesso e controle de informações tecnológicas no país.
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